sábado, 5 de novembro de 2011

fernando pessoa

      TABACARIA
    Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa. Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar? Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Gênio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordamos e ele é opaco, Levantamo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. (Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa. (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê - Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cães que também existem, E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) Vivi, estudei, amei e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. Essência musical dos meus versos inúteis, Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse, E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, Calcando aos pés a consciência de estar existindo, Como um tapete em que um bêbado tropeça Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada. Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada E com o desconforto da alma mal-entendendo. Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos. A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também. Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, E a língua em que foram escritos os versos. Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. Semiergo-me enérgico, convencido, humano, E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário. Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. Sigo o fumo como uma rota própria, E gozo, num momento sensitivo e competente, A libertação de todas as especulações E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto. Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela. O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. (O Dono da Tabacaria chegou à porta.) Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

sábado, 22 de outubro de 2011

é quando a noite encontra o dia que mais sinto sua falta,e no crepúsculo que espero ter voce aqui, meus olhos buscam sua presença, como eu queria ver seus olhos e ver refletido neles minha alma

poeminha sobre a tristeza

por hoje , só por hoje , vou chorar , amanhã eu ainda vou pensar.........

terça-feira, 4 de outubro de 2011

anônimo.;...

o dia se foi rapidamente,
e naquela noite brilhante,
ele me ofereceu um precioso presente
uma promessa de puro deleite.....
         

Donne

deixe que me minha mão errante
adentre........
atrás , na frente , em cima ,
embaixo, entre........

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

provérbio irlandes

``deixem passar o que for necessário, meus caros,e permitam entrada do que carece entrar .``

``é sabio o homem que aprende a abrir mão do que não lhe pertence
e a aceitar o qque lhe é oferecido de graça.````

Bênção Irlandesas

A alegria em nossos corações ,
a grandezas de nossas almas,
o rumo de nossas vidas,
o caminho que escolhermos......

uma vez tomada, a decisão não poderá ser mudada
a escolha não poderá ser desfeita
bênção ou maldição por todos os tempos ........

sábado, 24 de setembro de 2011


Seu Nome


Luiza Possi

Quando essa boca disser o seu nome, venha voando

Mesmo que a boca só diga seu nome de vez em quando

(repete)



Posso enxergar no seu rosto um dia tão claro e luminoso

Quero provar desse gosto ainda tão raro e misterioso do amor...



Refrão:

Quero que você me dê o que tiver de bom pra dar

Ficar junto de você é como ouvir o som do mar

Se você não vem me amar é maré cheia, amor

Ter você é ver o sol deitado na areia

(repete)



Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado

Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo cuidado

(repete)



Não traga a tempestade depois que o sol se pôr

Nem venha com piedade porque piedade não é amor
nada é simples no mundo , todas as coisas pela lei divina se encontram e se mesclam no espirito.........por que não eu e você........e a luz do sol abraça a terra....e os raios da lua beijam o mar, de que vale todo esse maravilhosos trabalho e você não me beilja???//

terça-feira, 13 de setembro de 2011

homens...........mulheres...........

os homens se dirigem as mulheres de maneira  linear, com pouca reflexão.  elas ,em troca , veem o outro lado de todas as coisas ,encontram as curvas e apreciam as voltas do caminho........

terça-feira, 30 de agosto de 2011

eu e o vento

eu no 7 sétimo andar em sampa , e o vento chorando pelas janelas.......... o que lamentas??????????

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

nascida com a manhã...........

Quanta luz rodeia você! Quanta luz em volta deste nome lindo, deste nome capaz de alegrar qualquer ambiente, de irradiar cor e felicidade sempre que é pronunciado!
Lucia. Hoje, por mera curiosidade, fui pesquisar a origem do seu nome e descobri que ele vem do Latim "Lucius", que significado iluminado. Lucius, por sua vez, vem de "Lux", ou luz, e é uma abreviatura para a expressão "prima luce natus", que significa "nascida com a manhã".
Isto, em parte explica a razão das pessoas estarem sempre feliz ao seu lado. De repente percebo que o seu nome é a mais fiel tradução de você. Você é alegre e consegue irradiar a sua alegria através do seu caminho. Você é solidária, preocupada com todos os que estão à sua volta,
Lucia o mundo fica muito escuro sem a sua presença, fica muito triste, sem cor e sem alegria. Saiba que eu desejo a vc toda felicidade do mundo, feliz aniversário e eu quero que vc continue assim iluminado á todos que estão a sua volta..

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

errantes ................

meu coração da cor dos vinhos rubros  rasga amuralha do meu peito brando e vai fugindo , e tonto vai andando a perde-se nas brumas dos caminhos .    meu coração é místico  profeta o paladino da desventura que sonha ser um santo e um poeta vai procura o paço da desventura......meu coração não  chega lá decerto........não conhece  o caminho nem o trilho nem há memória desse sitio incerto ........eu tecerei uns sonhos irreais ......como essa mãe     que vai parir o filho como esse filho que não voltou mais ................Florbela Espanca.

as duas quadras.

não sei tens  reparado  ,quando passeia o luar , o luar  pára sempre a tua porta e encosta -se a chorar ;  eu que passo também  na minha mágoa a cismar  paro junto dele , e ficamos  abraçados a chorar........

súplica.

venha para mim, amor .........ai não desprezes a minha adoração de escrava louca !só te peço que deixes exalar meu ultimo suspiro na tua boca!..........

mentiras

ai quem me dera uma feliz mentira  , que fosse verdade para mim.............J Dantas........

num postal

luar ! lírio branco que se esfolha  ... neve , que do céu anda perdida ,asas leves d´anjo, que anda pairando ,reza pela terra adormecida ..Florbela Espanca

terça-feira, 23 de agosto de 2011

desejo.

o objeto do desejo é obscuro o próprio  desejo não. ser do desejo sujeito ou a ele sujeição :eis a questão.....

a questão.

a questão não é rir por por último nem  muito menos antes .   a questão é rir durante...........

achados e perdidos........

só peco o que posso achar ..a vida nem pensar...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A  volta do parafuso você se senti feliz ou obtuso . por um triz   difuso ou intruso ou em paz . depende da balança  . na volta do ,parafuso você dança ou sabe o que faz.......

sábado, 6 de agosto de 2011

o tempo marcou de leve com muita singeleza a sua face.................
Busco no espaço branco de minha tela
inspiração para versos não escritos
navego com a intenção da caravela
que leva em seu bojo os proscritos.

Povoar de rimas e versos novos
este pedaço branco mal descoberto
como se palavras fossem povos
que pisam em terra com ar incerto.

Descubro-me descobrindo minhas palavras
dobrando o cabo de meus tormentos
faço de tantas letras minhas escravas
e navego ao sabor dos elementos.

Exploro com a voracidade do posseiro
e mal semeio, mal cuido desses espaços
extraio sem cuidados e sem canteiros
deixando desertos sob meus passos.

Mas, olho para trás e vejo espantado
que a terra não ficou vazia
restou, sobre este chão pisado
a lavra de minha poesia.

Mauro Gouvêa

terça-feira, 26 de julho de 2011

É como um raio de sol que reflete em mim
É como folha nova que nasceu no jardim
Por uma longa estrada eu te procurei
E não te deixo por nada
Valeu a pena te esperar e tudo o que eu passei
Eu já não quero nem lembrar
Como um raio de sol você brilhou pra mim
Como um dia depois de uma noite sem fim
Como um raio de sol que tudo iluminou
Você me deu calor, me ensinou
Amar assim
É como viajar num foguete pro céu
É como ter a lua numa bola de papel
Pobre de quem não sabe que amar é tão bom
Não te troco por nada
Valeu a pena te esperar e tudo que eu passei
Eu já não quero nem lembrar
Como um raio de sol...
Quero tudo com você
Pra encarar o que vier
Onde você estiver,
Não se esqueça de mim
Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver não se esqueça de mim
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder

domingo, 24 de julho de 2011

Em 23 anos de trajetória, a poeta tem como referência em sua produção literária a melodia do poema, baseada no lirismo, perplexidade, irreverência e humor. Neste livro, outra característica se torna marcante: a concisão.

As poesias deste novo trabalho refletem sua maturidade no convívio com a palavra, seu fascínio em descrever o instante que captura o pedaço mais forte de cada cena. Dizem muito, em poucas palavras.

Nos 57 poemas de "Limão Rosa" é o lirismo que, num primeiro momento, salta aos olhos do leitor. Mas há também uma busca pela delicadeza, expressada em haicais que "volta e meia pedem espaço para pousar" em suas páginas.
Em 23 anos de trajetória, a poeta tem como referência em sua produção literária a melodia do poema, baseada no lirismo, perplexidade, irreverência e humor. Neste livro, outra característica se torna marcante: a concisão.

As poesias deste novo trabalho refletem sua maturidade no convívio com a palavra, seu fascínio em descrever o instante que captura o pedaço mais forte de cada cena. Dizem muito, em poucas palavras.

Nos 57 poemas de "Limão Rosa" é o lirismo que, num primeiro momento, salta aos olhos do leitor. Mas há também uma busca pela delicadeza, expressada em haicais que "volta e meia pedem espaço para pousar" em suas páginas.
Não deixe portas entreabertas
Escancare-as ou bate-as de vez.
Pelos vão,brechas e fendas
Passam apenas semiventos,
meias verdades e muita insensatez.
http://www.florafigueiredo.com/

quinta-feira, 21 de julho de 2011

que coisa é essa que me pega pelo pescoço me joga no chão e me deixa assim ..........angustiada triste muito irritada mesmo.................

The Beatles Something traduzido

istanbul Gulumcan - Murat isbilen

......................pela manhã ,o mágico mistério da penumbra ainda permanecia por conta das cortinas fechadas . era como se estivessem enclausurados dentro de uma bolha , num mundo onde somente eles existiam .onde dúvidas e temores fossem estritamente proibidos.............

Ricky Vallen - Linda demais

sábado, 16 de julho de 2011

o menestrel
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar

sexta-feira, 15 de julho de 2011

assim meus encantos nasceram ao abrir de seus olhos..

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Para compor um tratado sobre passarinhos
É preciso por primeiro que haja um rio com árvores e
palmeiras nas margens.
E dentro dos quintais das casas que haja pelo menos goiabeiras.
E que haja por perto brejos e iguarias de brejos.
É preciso que haja insetos para os passarinhos.
Insetos de pau sobretudo que são mais palatáveis.
A presença de libélulas seria uma boa.
O azul é muito importante na vida dos passarinhos.
Porque os passarinhos precisam antes de belos ser eternos.
Eternos que nem uma fuga de Bach.

Manoel de Barros
In Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo
foto de Hegtor
Mude do intelecto para a intuição

Abandone a mente que pensa em prosa; reviva outro tipo de mente, que pensa em poesia.

Ponha de lado toda a sua perícia em silogismos; deixe as canções serem seu estilo de vida.

Mude do intelecto para a intuição, da cabeça para o coração, porque o coração está mais próximo

dos

mistérios.


Osho, em "Intuição: O Saber Além da Lógica"
In http://www.palavrasdeosho.com/
foto Christian Revival Network

v


vivo equilibrando entre o caos e a poesia,entre o real e a fantasia, o mutante e o fixo, efemérides e o perene,,,,,,,,,,

quarta-feira, 13 de julho de 2011


enquanto houver luz nos meus olhos, vou sempre procurar os seus.............

bem vinda a primavera.............

domingo, 10 de julho de 2011



casa de julieta em Verona Italia

A cidade possui o terceiro maior anfiteatro da Itália, ainda dos tempos do Império Romano. O lugar ainda abriga operas regularmente e possui uma acústica impecável. Mas a atração mais conhecida da cidade é a Rua do Capuleto. Ali teria morado Julieta. Por tal razão, as paredes do local são posto para bilhetes e rabiscos românticos que, conforme a lenda, são abençoados por Julieta. No local foi erguida uma estátua de bronze à musa padroeira do local, criada em 1972 pelo artista Nereo Constantini. Já virou tradição do local: os visitantes devem tirar uma foto segurando o seio esquerdo da estátua (a promessa é de sorte no amor!). Para saber mais sobre a cidade, assista ao filme “Cartas para Julieta”.

d


diga que as estrelas não são fogo que a verdade é mentirosa só não diga que eu não te amo.

não ha nada mais bonito que sentir o coração aprender a cada dia uma lição..............

não ha nada mais bonito que sentir o coração aprender a cada dia uma lição..............

sexta-feira, 8 de julho de 2011

a

ar preso em água fugindo em turbilhão subindo sem parar tudo levando na pressa de chegar.

n


em no ambiente nem na hereditariedade posso encontrar o instrumento exato que me moldam . a calandra anonima que imprimiu a minha vida . uma marca d água intrincada cujo desenho singular torna -se visivel quando se acende a lampada da arte por trás do papel da vida
em cada fase do astista , o germe da ultima obra sempre encontra na anterior , núcleo em torno do qual o intelecto do artista constrói sua obra , é ele mesmo ....... e isso desde o nascimento até a morte pouco muda --joseph chilton pierce
viver acorrentada,preso por medo . será?????parece que é só isso que nós resta, essa longa espera, que não se sabe bem quando começou.uma longa viagem que não tem volta, um trem descarrilhado. e a fé?é a régua que alinha prende segura??????? quando deixa de ser segurança e vira prisão???seremos felizes quem garante quem vai nos responder???????
Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...(2x)
Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!
Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de nem ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...(2x)
Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!
Oh, sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que não acredito
Mais em você
Eu não preciso
De muito dinheiro
Graças a Deus!
Mas vou tomar
Aquele velho navio
Aquele velho navio
Casa de Monet, em Giverny, que começou pintando caricaturas e foi pioneiro do Impressionismo (foto: Dayse Regina Ferreira)
As novelas brasileiras têm sido uma boa promoção para destinos turísticos de cidades e países. “Viver a Vida” colocou na lista de viagens de muitos, os mistérios e belezas da Jordânia ( que agora tem até representante do turismo oficial no Brasil, a Interamerican, em São Paulo) e de Paris e arredores. Uma das cenas de final feliz aconteceu nos jardins da casa de Monet, agora um dos roteiros preferidos dos turistas brasileiros.
É preciso reservar um dia inteiro para conhecer a casa e os magníficos jardins do artista, cujos quadros principais estão junto com as coleções dos mestres impressionistas – Pissaro, Cézanne, Van Gogh — nos museus do mundo todo. Principalmente no museu d’ Orsay em Paris (França) e no maior acervo do Impressionismo, no Ermitage de São Petersburgo (Rússia).


Foi em 1883 que Claude Monet alugou uma vila em Giverny, onde viveu e trabalhou até sua morte, aos 86 anos. A casa, hoje Fondation Claude Monet, se transformou em um museu particular, aberto ao público (com entrada paga: 6 euros para adultos). Os ambientes da casa foram conservados, inclusive as cores das paredes originais, escolhidas por ele. É das janelas do quarto e da sala-escritório, que Monet apreciava os famosos jardins, tema recorrente de seus quadros. Na casa ficaram cópias de seus quadros, mas vários originais dos séculos 19 e 20 podem ser apreciados no Musée d’Art Américain Giverny, nas proximidades da propriedade.
Quem quiser ver as Catedrais de Monet, vai ter que ir até o Musée d’ Orsay. Na última década do século 19, Monet pintou cerca de 30 quadros tendo como tema a catedral de Rouen e muitos deles estão expostos no museu parisiense. Nesses quadros, estudou os efeitos da mudança da luz sobre as fachadas da igreja, dando destaque mais ‘a cor do que ao desenho .
Monet costumava descer ao jardim ‘as seis horas da manhã, porque é nas primeiras horas que a vida é mais bonita, “ quando o azul da noite se transforma em rosa”, como dizia o pintor. Georges Truffat escreveu na revista Jardinage, em novembro de 1924, que “ a obra mais bela de Claude Monet, a que ele saboreava com volúpia durante quarenta anos e que deu a ele as maiores alegrias” foi o jardim, hoje motivo de turismo de quem gosta do que é bom e bonito.
Mas é preciso saber que o jardim atual é obra de uma paixão que já dura trinta e cinco anos, de Gilbert Vahé. Quando o jardineiro chegou ‘a propriedade, em 1977, o mestre do impressionismo já havia morrido há meio século. E do jardim não existia mais nada. Tudo estava transformado em floresta virgem. A ponte tinha desabado, as glicíneas sem apoio jaziam por terra, o jardim d’água, devastado. O trabalho de refazer o jardim durou dez anos e foi feito mais por instinto, do que por certezas. Foram interrogados os descendentes do pintor, seus amigos, pesquisados fotos e quadros, encontradas pistas em cartas. A estufa, as paredes, tudo foi destruído por bombas durante a guerra. Teto e vigas estragaram, a escada ruiu. Dentro do estúdio cresceram três árvores . O lago teve que ser cavado novamente e o Clos Normand teve o solo removido, para ficar na altura original.O jardim d’água foi mais fácil de recompor e é lá que os visitantes fazem pose para fotos. Plantas e flores foram novamente cultivadas e graças ‘a generosidade de doadores, a maioria de americanos, a casa foi reconstruída e os antigos móveis restaurados. É preciso lembrar que na época foi fundada uma colônia de pintores americanos que, durante trinta anos, recebeu mais de cem artistas influenciados por Monet, mas sem muito contato com ele. A propriedade abriu ao público em 1980.


O enigma é sempre o “clos normand”, com seus 9.175 metros quadrados, em frente ‘a casa. As cores mudam constantemente, conforme a luz do dia, a paisagem se transforma a cada estação. É uma espécie de palheta do pintor. Tudo começa em abril, com as tulipas de 30 centímetros de altura e chegam ao outono com plantas de 3,50 metros. As flores passam do azul forte ao amarelo, do claro ao escuro, do rasteiro ‘as trepadeiras. Uma grande ala com arcos de ferro fica coberta de verdes e cores nas rosas trepadeiras, fazendo caminho até a entrada da casa. Uma foto de Monet na ala de 53 metros, mostra capuchinhos no chão e girassóis acima do pintor, na perfeita relação com a natureza. Monet preferia plantar as flores de vida curta, que é preciso renovar a cada três semanas, do que aquelas que duram meses, como as que enfeitam todos os jardins franceses.Assim, a paisagem é sempre outra, as cores mudam constantemente.

UMA VIDA DEDICADA AO JARDIM
O jardineiro que passou quase uma vida cuidando das plantas de Giverny,está arrumando as malas para a aposentadoria. Difícil tarefa para seu sucessor será conservar a alma do jardim de Monet. Diferentemente dos jardins de Versailles ou Vaux-le-Vicomte, cujos desenhos estão guardados em arquivos desde que foram criados por Le Nôtre, o jardim do pintor impressionista será sempre a obra de Gilbert Vahé. Que, antes de ser jardineiro, era pintor.
O curador de sua obra foi Gérald Van der Kemp, na época chefe dos conservadores no castelo de Versalhes, que abandonou a região do Rei Sol, para ressuscitar Giverny. O jardineiro e o amante das artes e da pintura, foram até convidados a criar dois jardins no Japão, dedicados a Monet, tal o entrosamento entre os dois.

GIVERNY NEOLÍTICA
Portão de entrada para a Normandia, Giverny fica a 75 quilômetros de Paris e a 60 quilômetros de Rouen, na margem direita do Sena, na confluência com um dos braços do rio Epte. O origem da vila é muito antiga, tendo sido habitada desde os povos neolíticos. Há vestígios galo-romanos, descobertos em 1838. Foi na época dos merovíngios que começaram a ser plantadas as primeiras videiras. Giverny só ganhou fama e prestígio depois que Monet descobriu a região, olhando pela janela de um trem, cuja linha não existe mais e cujos trilhos passavam pela sua propriedade. Gostou tanto da paisagem, que alugou uma casa e foi nela morar com sua companheira Alice Hoschedé, os dois filhos do pintor e os seis filhos de Alice. Na época eram apenas 300 os habitantes da região, a maioria fazendeiros. A vila é formada ainda hoje por duas ruas e a casa de Monet fica entre as duas. A propriedade foi adquirida em 1890, quando o pintor transformou toda a paisagem ao seu gosto. O “Clos Normand”, em frente ‘a residência, recebeu 100 mil plantas que são trocadas a cada ano e outros 100 mil plantas perenes, motivo de seus quadros. Dez anos depois, Monet comprou o terreno do vizinho e outro terreno pertencente ‘a linha férrea. Um riacho – o Ru – foi aumentado, com a ajuda da prefeitura local, formando a paisagem de água. Na época, os vizinhos reclamaram, achando que as plantas iriam envenenar a fonte. Mas tudo passa com o tempo e Monet até ampliou a paisagem cheia de curvas e assimetrias, inspirado em um jardim japonês. Daí a famosa Ponte Japonesa. É lá que os turistas fazem pose para as fotos, próximos da plantação de bambus e vitórias régias que florescem durante todo o verão. Mesmo antes de pintar, Monet moldou a natureza. Assim, criou suas obras duas vezes. Durante 20 anos, fez do jardim de águas sua inspiração maior. Depois da série da Ponte Japonesa, dedicou-se ‘as gigantescas pinturas da Orangerie. Sempre procurando transparências, pintou as flores e seus reflexos na água, invertendo o mundo, transfigurado pelo elemento líquido. Monet também ampliou a casa em ambos os lados, fazendo o prédio que se vê hoje, com quarenta metros de comprimento e cinco de largura. O celeiro ao lado foi transformado em estúdio, embora sempre preferisse pintar ao ar livre. Mas era preciso ter uma espaço para guardar telas e material de trabalho. Acima do estúdio, Monet tinha seu quarto e banheiro, separado do da mulher. Assim, todo o lado esquerdo da casa era seu mundo. A grande cozinha era onde se preparavam as refeições para a família de dez pessoas. É revestida com azulejos de Rouen em azul e branco,destacando uma coleção de panelas de cobre na parede. Um enorme fogão e uma lareira ajudavam a manter a cozinha e a sala de jantar aquecidas nos meses frios. Monet escolheu as cores rosa com verde na fachada, azul nos quartos e, na grande sala de jantar com móveis e paredes em amarelo, fez bom contraste com as porcelanas em azul e branco nos armários. As gravuras que cobrem as paredes são japonesas, e foram colecionadas durante cinqüenta anos. Levam assinaturas dos pintores Hokusai, Hiroshige e Utamaro.
O primeiro estúdio de Monet foi depois transformado em escritório e salão onde recebia visitantes, galeristas, críticos de arte, compradores e colecionadores. Os quadros que cobrem inteiramente as paredes, são cópias, cujos originais estão no Musée Marmottan-Monet, em Paris. Um busto de Claude Monet, assinado por Paul Paulin, lembra que o pintor foi famoso ainda em vida, embora tenha tido que esperar meio século para ser reconhecido como Mestre. Cézanne, Renoir, Pissarro, Sisley, Morisot, Manet, Signac , seus amigos, deixaram obras que decoram a sala.
A casa tem três entradas: a do lado esquerdo, era a entrada de Monet; a do meio é a principal e a do lado direito, era usado pelos serviçais.
Em 1908, com 68 anos, Monet teve catarata nos dois olhos, começando a perder a visão. Os primeiros sinais da doença podem ser notados nas pinturas de Veneza (1908). A catarata é uma opacidade do cristalino, que filtra as cores. Na medida que evolui, a doença transforma o branco em amarelado, os verdes ficam mais claros e os vermelhos, alaranjados. Os azuis e verdes são substituídos pelos vermelhos e amarelos. Os detalhes ficam esfumaçados, os contornos ficam fluídos. Mesmo com a visão alterada, Monet continuou a pintar. Resgatava as cores, usando a leitura das etiquetas dos tubos de tintas e também a ordem inalterada com que dispunha as cores na palheta. Vendo tudo como se fosse através de brumas, considerava que mesmo assim era possível exprimir o belo. As poucos, seus quadros ganharam a predominância do vermelho e do amarelo, com o azul e verde desaparecendo. Assim como na paisagem outonal da Europa. Alguns quadros representam bem essa fase, como Le Bassin aux Nymphées (1899) e Le Pont Japonais (1923), já de contornos imprecisos e sem detalhes. Em 1911 Monet ficou cego do olho direito e em 1914, começa pintar sem perspectiva. Em 1922 fica sem visão e aceita fazer, em 1923, duas operações na vista direita. Os resultados não foram muito bons e o pintor se nega a operar a outra vista. Mesmo assim, continua a pintar até perto de sua morte, em 1926. Depois de sua morte, é o filho Michel que herda a casa e o jardim. Nunca morou lá e foi a enteada Blanche quem se encarregou de tomar conta da propriedade. Depois da Segunda Guerra Mundial, a casa foi abandonada. Em 1977, Gérald van der Kemp foi nomeado curador de Giverny.
TURISMO GARANTIDO
Mais de 500 mil turistas descobrem o Jardim de Monet a cada ano, durante os sete meses em que a propriedade permanece aberta ao público, entre primeiro de abril e primeiro de novembro. Chorões, bambus, cerejeiras do Japão, macieiras japonesas, rododendros, azaléias, peônias, aguapantos, gerânios, rosas, glicínias, íris, tulipas, miosótis, junquilhos, papoulas, anêmonas, dálias, flor de maracujá, amor perfeito, margaridas, hortênsias são as atrações no jardim. No outono, tudo toma tons avermelhados, amarelados, laranja e marrom. Como se a natureza sofresse também de catarata, como o pintor no final de sua vida.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O ”Semeador de Estrelas” é uma estátua que está em Kaunas, Lituânia.
Durante o dia pode até passar despercebida, como mostra a foto.
Um bronze a mais, herança da época soviética:
Mas quando cai a noite, a estátua justifica seu título.
Com a escuridão, seu nome passa a fazer sentido.

domingo, 19 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Prezado Epicuro, meu filósofo favorito:

Imagino você, 300 anos antes de Cristo, já filosofando sobre felicidade... Adoro o seu tetrafarmacom, seus 4 remédios para o bem viver: não é preciso temer a Deus, não é preciso temer a morte, é possível ser feliz e é possível evitar a dor. Em relação aos dois primeiros, tenho uma visão peculiar, diferente da sua. Mas gosto imensamente da sua visão sobre ser possivel ser feliz e evitar a dor.
Particularmente, penso que as pessoas passam boa parte das suas vidas, tentando evitar sofrimento. Cada um com sua fórmula. Uns bebem para esquecer, outros comem. Há os que passam a vida vendo TV, ou jogando videogame. Outros trabalham demais, dormem demais, falam demais. Alguns param de pensar pra não sofrer. Muitos tomam remédios pra dormir, para depressão, para pequenas dores físicas. Tem aqueles que adoecem para trocar o tipo de sofrimento, ou para morrer logo e fugir da dor.
Os mais intelectuais burlam o sofrimento escrevendo livros de como se sair bem de situações amorosas, profissionais, de relacionamentos interpessoais, com um único objetivo: Obter sucesso em evitar sofrimento.
Os cristãos explicam as dores, sublimam o sofrimento e se resignam na crença de que sofrem agora para não sofrerem depois.
Os budistas meditam e esvaziam a mente para não pensar no sofrimento.
Para os conscienciólogos, o sofrimento é oportunidade de evolução, é desafio existencial e superação. Waldo Vieira diz que a próxima existência será ainda pior.
Ontem uma amiga me falou de um casal que vive junto há 30 anos, num sitio, fazendo linguiça, felizes em perfeita simbiose. Imagine o pacto secreto, provavelmente tácito entre eles de não se moverem além do seu idílio e não buscarem mais conhecimento, crescimento pessoal, profissional e espiritual para não se afastarem e não correrem risco.
Permanecer dentro do círculo,se aproxima do que, você, Epicuro, pregava para ser feliz: satisfação apenas dos prazeres naturais e necessários. Evitar os desejos não necessários e não naturais, pois estes precisam de mais pessoas e situações para serem satisfeitos. Quebram a autarquia, freiam a liberdade e causam dependência e sofrimento.
Mas como crescer pessoal e espiritualmente sem sonhar e quebrar paradigmas? Como quebrar estes paradigmas e deixar algum legado para o mundo sem sofrer? Como dar o salto sem risco de cair?
Passar uma vida inteira evitando sofrimento não parece insano?
Mas quantos de nós tem coragem de abrir o peito para o novo, encarar as dores dessa vida, sem medo de mudar, de sair da zona de conforto.
Se a vida é evolução, é crescimento e superação, quanto eu posso crescer fazendo tudo sempre igual e me escondendo atrás das coisas conhecidas e seguras. Em nome de Deus, da família, do dinheiro? Ou será apenas em nome do medo. Medo de sofrer?
Epicuro, você acreditava que a dor pode ser suportada, porque é passageira... ninguém lembra desta parte.
Que pena!!!
Eu acredito.
Sem todos aqueles mecanismos de defesa que inventamos, com um mínimo de armaduras, nos expomos mais, sofremos mais, porém, temos mais oportunidades de aprender.
- Aprender pra quê??- grita minha amiga -quero ficar quieta no meu canto, feliz com o meu amor, sem me ocupar com mais nada além de mim. Azar do resto do mundo!!
Tudo bem, sente e descanse. Aprecie a paisagem!!! Você tem quantas vidas quiser e todo o tempo que desejar...
Nos vemos lá na frente. Ou não... Só não derperdice os seus dons...
Beijos. Gui.

sábado, 11 de junho de 2011

simbiose

Ela desejou tê-lo desconhecido...
.................não provocado gosto em sua língua
.......................................tez que se espalha quando si-
.........mula e deixa na boca um meio amargo,
......................quero mais...

abismo

esta tudo por um fio, por um milesimo de segundo. por uma lagrima. pelo espaço tempo entre uma batida e outra e eu despenco no abismo ……….me largo no espaço……..despeço de mim………

abandono

esta tudo por um fio, por um milesimo de segundo. por uma lagrima. pelo espaço tempo entre uma batida e outra e eu despenco no abismo ……….me largo no espaço……..despeço de mim………

sábado, 4 de junho de 2011

PAISAGEM

Havia um lindo lago do outro lado da cidade. Era um lugar iluminado e místico, quase irreal. As águas cristalinas espelhavam as árvores frondosas que cobriam todo o vale, que cercavam o lago e se dobravam acima de suas margens. O caminho de pedras era simétrico e desenhado, passo a passo que poderia ser percorrido, da casa de largas varandas e portas gigantes até os arbustos da montanha. A montanha era inebriante, verde como o alto mar, e nas noites de lua cheia exalava o olor das milhares de plantas medicinais e flores de todas as espécies.
Eu me sentava e podia então tocar o verde do capim mal cortado, as flores vermelhas que pareciam brilhar ao meio dia, a água morna do lago. Sentia o vento tocar minha face e correr entre todas as árvores do vale. Ele brincava, ia e voltava em um balé que fazia as folhas caídas ao chão dançarem e voarem derradeiras vezes. Pareciam ter vida.
Durante as noites meu olhar se fixava ainda mais àquela paisagem porque o sol nunca sumia atrás do vale, ele permanecia dia após dia e iluminava além do que poderia.
Muitas vezes eu chorava por não poder nadar no lago, por não ser permitido que eu pudesse cortar algumas flores para fazer um lindo arranjo, pela impossibilidade de atravessar o longo vale para ir até a floresta. Mas minha tristeza não durava muito. Ao ver as gaivotas sobrevoando a mata, bebendo da água pura e límpida meus olhos se abriam ainda mais e por mais que me fossem restritas algumas coisas, somente a presença daquele lugar me extasiava. Ao deitar continuava desejando olhar e ao acordar eu corria em direção à maravilhosa vista. Todos os dias.
Em um mundo de criança onde brinquedos e cantigas tomavam lugar entre os pequeninos, o meu mundo era observar e até mesmo sonhar com aquele maravilhoso lugar.
A porta do casarão permanecia fechada e poucos adultos pareciam morar lá. As janelas davam para uma pequena igreja, a qual eu não conhecia o interior. E nunca poderia conhecer.
Fazia minhas orações olhando para ela, mas não havia quem a freqüentasse, senão eu, ao longe. E por mais que eu esperasse o sino tocar, ele continuava em silêncio e nem mesmo o vento era capaz de movê-lo para uma melodia sequer.
Em uma noite, ao fazer minha última oração à porta da pequena igrejinha, olhei para o sol forte e vigoroso no horizonte e cheguei a toca-lo. Deitei-me na cama e enquanto o sono vinha a passos lentos o sol foi se apagando.
Na manhã, ao acordar, estava escuro, o vento entrava pela janela do meu quarto e o sol já não existia. Do céu escuro descia uma chuva forte e ameaçadora. Não conseguia ver o vale, nem o lago, todas as árvores e flores. As gaivotas, pensava eu, deveriam ter voado para longe e a igreja não estava ao lado do casarão. Aliás, não havia também o casarão e suas varandas espaçosas e o caminho de pedras que um dia eu me imaginei percorrendo-o. Tudo havia sido levado, sumido. Para terras distantes, talvez.

sábado, 28 de maio de 2011

Comigo é assim: se eu gosto, eu gosto, se não, já mostro na hora que não fui com a cara da pessoa. E assim eu fico. Não faço um pingo de questão. Caso encontre esse “ser” na rua? Posso fazer a linha “gentleman” e no máximo acenar com a cabeça em resposta ao “bom dia, tenha uma ótima semana!”, ou simplesmente olhar para meu relógio de pulso ao cruzar com a pessoa. Depende do meu humor. Que inclusive, varia muito. Bipolaridade? Pode ser. Quase isso. Dou risada e choro e chingo com a mesma frequência e intensidade. Mas meu bom humor, ah, meu humor, esse não varia, é ÁCIDO! Sarcasmo é o apelido de um dos meus rins. O outro, pra mim não faz nem diferença. Se tem Bipolaridade? Pode ser. Quase isso. Dou risada e choro e chingo com a mesma frequência e intensidade. Mas meu bom humor, ah, meu humor, esse não varia, é ÁCIDO! Sarcasmo é o apelido de um dos meus rins. O outro, pra mim não faz nem diferença. Se tem nome ou seu pai não lhe dá a mínima, azar o dele. Mas tem um porém! Meus amigos eu conto nos dedos. E ai deles se vier com graça. Nem adianta, na minha sala ninguém fuma. Pode ser a amizade, “gata” ou “gato”, o que for: N.A M.I.N.H.A S.A.L.A. Q.U.E.M M.A.N.D.A S.O.U E.U. Quer fumar? Vá pra outro lugar. Assim minha dor de cabeça dói menos. Se veio aqui me visitar só pra isso, me deixa sozinho na minha bolha – meu lugar predileto do mundo. Meus livros e dvds de filmes e séries americanas são excelentes companhias.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Por que tu me acordas?
Estava num sonho bom
E tu também estavas nele,
Linda, como sempre linda,
Coberta de flores de laranjeira
Com os olhos cheios de sol.
Colhias flores, corrias,
Brincava com o vento
Em teus cabelos soltos.
Coração, faz assim:
Tira-me deste sonho não,
Porque tu és nele!

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...
Mário Quintana

Versos & Rimas - José Fernando Nandé: Quando sonho contigo

Versos & Rimas - José Fernando Nandé: Quando sonho contigo

Monet morou em Giverny durante vários anos, onde pintou seus famosos quadros da série das Nenúfares. Sua inspiração era o jardim de sua propriedade.

Seu jardim tem duas partes: um jardim de flores denominado Clos Normand em frente à casa e um jardim aquático japonês que fica do outro lado da estrada. Os dois jardins são contrastantes e complementam um ao outro.
O Clos Normand de aproximadamente um hectare, foi transformado por Monet num jardim cheio de perspectivas, simetrias e cores.

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"Minha teoria é simples. Meu sentir é exagerado. Me jogo, me lasco, me entrego, me esfolo inteira. Melhor do que viver pela metade. Amar pela metade. Acreditar pela metade. Pra tombo há remédio, há refazer. Pra sonho desperdiçado, não."




A SEMPRE UM RESTO DE PERFUME UM TRAÇO DE BELEZA ANTIGA...
a significação é invisivel, mas o invisivel não esta em contradição com o visivel .o visivel tem uma estrutura interna invisivel, e o invisivel é o contraponto secreto do visivel
as pessoas sempre descobre seu próprio mistério a custa de sua inocência..........

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porque a maior dor do vento é não ser colorido.

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